quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Cem

Esta é a postagem numero cem
Cem já é bastante
Coincidiu em eu estar sem
Vontade de ir adiante.
  
Espero que tenham gostado, obrigado a você que me leu.





quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Do desamor

Ainda não passou
Não passa de repente
Não enquanto a tua ausência
Ainda dói no meu presente
Não temos mais futuro
Dado o vazio do agora
E o que foi passado
É só bagagem da memória.

O amor não é eterno
É só uma demora
O amor é um verão
E no outono vai embora.

Foi um antes sem depois
É o um que volta a dois
Algo que se parte
Te deixa em metade
Depois fica este remendo
E a gente chama de saudade.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

E se o amor fosse moeda

Esta noite eu tive um sonho
Era um mundo parecido com esse
Mas a gente não usava dinheiro
A gente trocava tudo por amor
E se algo fosse muito caro
A gente fazia mais amor.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Dos caminhos e dos espinhos

A vida brinca com os nossos caminhos
Pra gente se encontrar
Coloca as rosas entre os espinhos
Pra gente se arranhar
É por isso que a gente precisa
Achar alguém pra cuidar.


sábado, 5 de dezembro de 2015

A minha caixa

Às vezes parece que ta todo mundo
Vivendo em preto e branco
Dentro desta mesma caixinha
Sai dai!
Vai viver fora da caixa
Ou então pula pra minha.

A minha caixa é multi cor
Credo, raça e pensamento
Na minha caixa cabe todos
Cabe todo mundo dentro.

Na minha caixa só não entra
Extremismo em qualquer jeito
Na minha caixa só não cabe
Ignorância e preconceito.

A minha caixa é pra pintor
Quem faz a vida colorida
A minha caixa é pra quem for
Um dos amantes da vida.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Das inspirações

E se um dia você se perguntar
O quanto eu te amei
Basta você contar
Em quantas poesias
Eu te coloquei.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Do que eu tinha esquecido

Eu que estava aqui
Vivendo nessas linhas retas
Veio você e me lembrou
A emoção está nas curvas.

Eu que estava aqui
Me comprimindo em espaços
Pelo giro do ponteiro
Veio você e me lembrou
Lá fora tem o mundo inteiro.

Eu que estava aqui
Nesse tom de nota só
Veio você e me lembrou
Como é bom desafinar-se com os amigos.

Eu que estava aqui
Nesse meu questionário sem resposta
Veio você e me lembrou
O que realmente importa.



terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Falecido

Só a gente conheceu
Ele que pouco viveu
Ele nasceu forte
Ele cresceu bonito
Mas logo veio o diagnóstico
Irracional e proibido.

Ele não podia sair na rua
Escondia-se do sol como um vampiro
Resistiu por algum tempo
Hoje deu seu último suspiro.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Ainda vazio

Já tentei:
Substancias e sabores
Prazeres e amores
Mas o vazio não se acalma
Afinal, o que é que preenche
Se o vazio está na alma?



 

sábado, 28 de novembro de 2015

Navegador

Ainda lembro de você passar
Lembro daquele primeiro olhar
Olhar que nele vi um imenso mar
Mar inteiro para eu navegar
Navegar rumo ao teu coração
Coração que se opõe a maré
A maré que vem ao meu favor
E vai trazer você pra perto de mim.

Que coisa mais linda
É o mar nos teus olhos
Beleza tão rara que me encantou
Agora sou marinheiro
Sou navegador
Em primeira viagem nessa expedição
Agora sou marinheiro
Sou navegador
Embarcado no amor
Rumo ao teu coração.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Contra mão

A razão diz pra direita
A razão diz te endireita
Mas a gente não respeita
E pela contra mão vai o coração
Uma hora a rua se estreita
E o guarda que espreita
E que a justiça seja feita
E pela contra mão vou pra prisão.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

No meu tapete

Estou aqui no meu tapete
E ele tem um segredo
Ele é um tapete voador.

Sempre que eu aqui me deito
Eu voo alto
E nele sempre tem espaço
Pra quem quiser voar comigo
No meu tapete eu voo alto
E lá de cima
Eu vejo o mundo mais bonito.

Independente de onde eu esteja
No meu tapete eu visito
Todos os lugares onde não posso estar
E quem pode dizer que eu não estive realmente lá?




domingo, 22 de novembro de 2015

Da graça

Ela encheu tudo de graça
Mas quando ela foi embora
Levou toda a graça junto
Levou a graça das outras também
Agora as coisas tem graça
Só quando ela vem.

sábado, 21 de novembro de 2015

Babaca

De babaca ela me chamou.
Mal sabe ela,
que são os babacas
os homens que prestam.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Odontológica

Sabe doutor...
É que às vezes a vida cansa
Cansados relaxamos na escovação
E vamos dormir com as ideias sujas
No fundo eu sabia que meus pensamentos
Não estavam tão claros
Mas não imaginei que estavam cariados
Foram as minhas rotinas
Elas inflamaram a gengiva da minha minha mente
E o fio dental da realidade machuca.

"Quando uma consulta ao dentista vira poesia, 
você pode ter certeza que ela está em qualquer lugar."

domingo, 15 de novembro de 2015

Dos cultivos do amor

Ela sorriu no meu canteiro
E a semente foi plantada
Com o adubo de um abraço
Regamos com um beijo
E o que nasceu foi amor.

Das maneiras de acordar domingo

Bom era acordar domingo
Depois do meio dia
Com a boca com gosto de caçamba
Ou acordar lá pelas dez
Com a mãe gritando
Reclamando do tênis cheio de lama
Ou acordar lá pelas oito
Pra ir no banheiro
E se descobrir em outra cama
Acordar perto das onze
Com um sorriso e um beijo
Ao lado de quem se ama
Qualquer outra é melhor
Do que acordar antes das nove 
Com o vizinho cortando a grama.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Das faltas

Estou sentindo a falta
Aliás, algo sempre faltará
Se um dia eu pudesse suprir todas as faltas
Seria a própria falta
O que iria me faltar.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Colecionadores

A vida são estes momentos que a gente vai achando no caminho
Momentos que a gente guarda como se fossem figurinhas.

A felicidade não está numa coleção completa
Não se iluda, o álbum da vida tem tantas páginas...
O tempo que a gente tem não da nem pra meio álbum!

Tem figurinha que a gente acha e já cola
Tem figurinha que a gente troca
Tem figurinha que a gente acha e joga fora
Tem figurinha que a gente guarda e não mostra pra ninguém.

A gente tem que escolher as páginas que mais nos agradam pra completar
Dizem que Deus tem um álbum que guarda nossos melhores momentos
E diante dele, a gente troca as últimas figurinhas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Economia do amor

O coração dela não é crediário
Pra receber o meu amor
Sempre parcelado
Ela me entregou o dela à vista
E eu fiz crédito consignado.

Ela é bem de vida
Ela não poupa amor
Eu fiquei fazendo economia
Não dei o devido valor.

O amor que ela investiu
Não obteve rendimento
Nossa relação faliu
Porque atrasei os pagamentos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Declaração

Desde o dia que te vi
Eu sei que gostei de ti
Você estava logo ali
E eu vi você sorrir.

Desde o dia que te vi
Não consegui não te esqueci
Por isso agora estou aqui
Tremendo pra falar pra ti;

Um dia destes aí
Se você quiser me encontrar
A gente pode sair
A gente pode ir passear
Um dia desses aí
Algum refúgio da cidade
A gente pode sair
Pra colorir nossa amizade.

E se você disser que sim
E depois sorrir pra mim
Não tem ninguém que adivinhe
A nossa historia lá no fim.

domingo, 1 de novembro de 2015

Entre estações

Abriu-se a porta
E lá fora
Me deparei com os trilhos
Da realidade desta hora
Cheguei a estação de ir embora.

Não se se pego outro trem
Ou se apenas deixo o tempo passar
Pois sei que a estação que logo vem
É a estação de querer voltar.

A indecisão que me corroí
É o que me faz voltar ao ponto de partida
Ir embora é o que mais dói
Mas se eu ficar
Cedo ou tarde arde a ferida.

Como passarinho
Vou vivendo no entra e sai
Das estações...
Faz calor e fica frio
Mas com você
É sempre primavera.


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Desejos

Eu queria ter asas
E te levar pra ver o mundo lá de cima
Chegar na altura de deus
Queria fugir dessa rotina.

Queria purificar a alma
Descansar da humanidade
Quem sabe provar o gosto das nuvens
Da verdadeira liberdade.

Eu queria ser um Adão
Tirar você da minha costela
Pra você ter a certeza que é a minha Cinderela.

Eu queria te levar pro mundo de contos de fadas
Você é a minha princesa
Pra eu deixar de ser o sapo.

Eu queria viajar pelo espaço
E te levar pra lá
Pra ver se o mundo é mesmo azul
Ou só pra ver ele girar.

Para saber se a lua é de queijo
E se Marte é vermelho
Para ver se o anel de Saturno cabe no teu dedo.
E na carona de qualquer marciano
Descobrir o universo inteiro
Descobrir o que há no fundo
De um buraco negro.

Eu queria voltar no tempo
Te mostrar para da Vinci
Pra ele te pintar num quadro
E o mundo inteiro poder ver o teu sorriso
Já que com palavras
É impossível descrevê-lo.

Eu queria morrer
E queria voltar
Só pra saber como é lá
Queria perguntar para Deus;
Como ele conseguiu te desenhar...

Queria dormir
E escolher com que sonhar
Viver com você nesse sonho
Sem vontade de acordar.

Eu sonharia um mundo lindo
Parecido com o mundo real
Mas seria como nos filmes
Onde o bem sempre vence o mal.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

"Print"

Meus olhos deram "print" nesse teu sorriso lindo
E te colaram na área de trabalho da minha mente
Você é o plano de fundo de todo pensamento
Meu coração te quer de papel de parede.

domingo, 25 de outubro de 2015

De a à z

Abra a escotilha
Basta um sonho ser sonhado
Criar um mundo alternativo
Dentro deste condenado.

Encontre pessoas
Faça valer a pena
Ganhe corações.

Hoje é um bom dia
Inicie agora
Jogue o que não vale fora.

Kilobits de passado...

Lembre-se do aqui
Mova-se no agora
Não esqueça que a vida
Obriga a ir embora.

Perca-se um pouco
Quando te encontrarem
Renove-se
Seja quem puder ser.

Tenha poucas certezas
Uma como eu:
Vivo pelo amor
Webmaster dos meus sonhos
Xerocando minha essência
Yanomâmi da floresta do meu mundo
Zumbindo nos ouvidos do sistema.



quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Convite

Quer viajar comigo?
Pegar um ônibus espacial
Ver da janela o desconhecido
E descobrir o que é real
Do que dizem ser tão lindo...

E quando lá a gente chegar
Numa pousada que lá tiver
Sob a luz de um luar qualquer
A gente vai ficar numa boa.

Ao amanhecer
Quando o segundo sol chegar
E quando ele nos acordar
A gente vai estar numa boa.

E se de lá a gente gostar
E se por lá gostarem da gente
E seja lá como é que for
A gente pode se mudar
Pro planeta do amor.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Esclarecimento

Esta aqui é um aviso
Pra quem ainda não me conheça
Sou mochileiro das galáxias
De dentro da minha cabeça.

Cada viagem louca!

domingo, 18 de outubro de 2015

Necessidades

Como as asas para o avião
Como a verdade para a razão
Eu preciso de você
Como o sanduíche precisa do pão.

Como a abelha precisa do mel
Como a nuvem precisa do céu
Eu preciso de você
Como o lápis precisa do papel.

Como a meia precisa do pé
Como o carro precisa da ré
Como a reza precisa de fé
Eu preciso de você
Como a manhã precisa do café.

Como o barco precisa do mar
Como os pés precisam do chão
Como a gente precisa de ar
Como os dedos precisam da mão
Eu preciso de você
Como a caipira precisa do limão.

Como a batalha precisa do soldado
Como a história precisa do passado
Eu preciso de você
Como o bilhete precisa do recado.

Como o galho precisa da árvore
Como o osso precisa da carne
Eu preciso de você
Como o dia precisa da tarde.

Como a tinta precisa de cor
Como o verão precisa do calor
Eu preciso de você
Como o coração precisa de amor.


sábado, 17 de outubro de 2015

Do escuro

Mais um dia no escuro
E o escuro é preto
E não adianta fazer careta
Vamos fazer o que se faz quando a coisa fica preta...


Não digam nada
Abram suas mentes
Dilatem suas pupilas
Ouçam o silêncio no escuro
O silêncio tem um som tão bonito
Às vezes o silêncio é um ombro amigo.

Foi no escuro que residiu o ser supremo
E do escuro que partiu toda lenda
Foi do escuro que te deram a luz por uma fenda
É por um túnel escuro que dizem que se chega ao além
Fiquem tranquilos!
É no escuro que a luz se sente bem.

Poesia dedicada a Aes sul, obrigada por três dias no escuro, me serviu de inspiração!

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Metade do copo

Sou meio copo cheio de tudo que não quero
Sou meio copo vazio de tudo que espero
Me esvaziem ou me completem
Ou um dia desses ainda me quebro
Vivendo pela metade.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Infantilidade

De infantilidade
Acho que todo mundo precisa de um pouquinho disso
É um remédio contra a chatice do mundo
Os adultos que somos deviam saber
Se somos corpo e mente
Nós podemos escolher
As crianças que fomos não precisam desaparecer
E os nossos sonhos de infância
Nunca devem morrer.




sábado, 10 de outubro de 2015

Das palavras

Palavras,
Só elas me entendem!
O que eu conto pra elas
Os outros não entenderiam
Elas me escutam
Em psicoterapia
Minhas verdades secretas
Se escondem em nossos versos
E é muito bom
Ter elas por perto.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Meu sol

Você é meu sol
Quero acordar junto com você
É tão bom te ver entardecer
Eu quero me por junto com você.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Das brigas

Às vezes enche tanto
Até a tampa
Subo correndo meus andares
Buscando qualquer saída de emergência
Mas ela às obstrui
Usando qualquer bugiganga fofocada
Pensamentos em parafuso
As ideias como um elevador enguiçado
Escuto a sirene
Nos corredores já há fumaça
E eu não vejo nenhuma luz
De porta em porta trancada
Desisto!
Fujo de mim e levo ela junto
Estilhaçando a vidraça
Estamos novamente em queda livre
Rumo a desgraça
Lá embaixo
Na calçada os outros olham
Perplexos, a nossa sujeira
Nos desmanchamos outra vez
E por besteira.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Dos significados

Eu sou uma poesia
Sabe o que eu quero dizer?
Eu como todas as outras
Quero dizer tudo isso que você pensou
Quando acabou de me ler.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Quintaneando

Não há nenhum problema
Em ter no horizonte
Algumas utopias
Nossa vida ruma ao fim
O que importa é o caminho
Se as coisas são inatingíveis
Para quem vive "Quintaneando"
Não é motivo para não querê-las
Ninguém sabe do destino
Escondido, escrito nas estrelas.

Salve o mestre...

Das Utopias
 
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!


Mario Quintana


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Gente como a gente

Gosto de gente
De gente que gosta de gente
De gente que passa pra gente
Como é bom ela estar presente.

Gosto de gente que me atura
Falando da vida e do universo
Gosto de gente que é parceira
Pra ficar falando de coisas que o dinheiro não compra.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Do presente

O passado não deve estar
O futuro ainda não é
Independente do que foi
Desprendido do que poderá ser
O agora é o que há
O agora é o aonde podemos nos mover
É no presente que nós temos que viver.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Fastio

Hoje eu não almoçei
Sei lá, tô sem fome desta comida
Essa comida que vem sendo servida
Essa comida do cardápio da vida
E olha que eu enchia a barriga!

Sinto este vazio
A vida não tá matando a fome
Deste meu ronco do estômago
Ando com fastio destas coisas que como.

Estou emagrecendo
Não sei se é só o tempero
Ou se estou doente
Me vê aí só um café
Preto e bem quente.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Umidade

Tá chovendo lá fora
Não para de chover
Em meus pensamentos
Chove você.

As paredes estão suando
É muita umidade
Eu fico aqui pisando em poças
Poças de saudade.

sábado, 19 de setembro de 2015

Dos manejos

Entre o que quero e o que posso
Entre o que preciso e o que gosto
Entre o que eu tenho e os impostos
Entre os favores e os opostos
Viver é manejar os desejos
Mas como são difíceis esses manejos!

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Extraterrestre

Estranhos hábitos vocês têm.
Vocês sabem como é ruim sentir fome,
mas deixam seu igual senti-la.
Vocês sabem como é ruim
sentir a dor na carne,
mesmo assim machucam uns aos outros.
Dizem-se irmãos,
filhos de um pai que esta no céu,
mas não respeitam seus mandamentos.
Dizem-se racionais,
mas é de razão inexplicável
para este extraterrestre,
destruir sua própria casa.
Então por que não preservam seu lindo planeta? 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Salada de frutas

A vida não é mamão com açucar
Por isso se a goiaba está bichada
Eu não dou pano pra manga.


A vida não é um moranguinho
Na maior parte do tempo
Eu descasco abacaxi.

Faço meu suco
Do bagaço da laranja dos donos do laranjal
Assisto eles esbanjando a limonada
Espremida do limão do limoeiro do nosso quintal.

E da salada de frutas
Muitas delas
Não sinto nem o cheiro!
Por aqui se tem o olho grande
Do tamanho de uma melancia!

Carambolas!
As vezes o caminho fica estreito
Muita casca de banana pra mim desviar
Acho que é por isso que Deus fez o maracujá!

O jeito é misturar essa salada
Num belo coquetel
Com vodka e leite condensado.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Lei do retorno

Dá pro universo que ele te devolve
Seja a solução pra alguém que ele te resolve
Seja um transmissor do bem

E o teu bem volta mais forte.
Seja quem se gosta de achar
Pra ele te mostrar o mais bonito
Dá pra ele o teu melhor
O melhor dele é lindo!
Espalhe alegria
Ele vai te dar sorrisos
Não tenha medo da loucura
Ele vai te dar juízo.
Dá todo o teu apoio que ele te sustenta
Segura a dos outros que a tua não arrebenta!
Seja a sorte dos outros
E a dos outros também te acha
Dá todo teu amor que alguém vem e se encaixa.
O universo é como um banco
Gira o que tu tem depositado
Deposite coisas boas que te rende um bom bocado!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Dos incômodos

É esta frequência que me tira do ar
É esta coceira que não dá pra coçar
Uma chuva que chove e não molha
É o inicio do fim da historia.

É uma mancha na lente
É um feijão no dente
É a aula à noite na sexta
É a mordida na tampa da caneta.

É uma conversa chata
É uma cerveja quente
É uma cãibra no pé
É gente muito exigente.

É uma saudade, uma agonia, uma dor
Dois por cento de bateria
Sem carregador.

É um religioso, um ateu, um gremista doente
É gente que comeu
E fica palitando os dentes.

É uma gripe, uma febre, é o despertador
Chutar com o dedo mindinho
O aparador.

Eu mesmo, minha mente, meu incômodo ser
Essas coisas que a gente sente
E nem sabe como dizer.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Refeição

A vida serve um prato feito,
e as pessoas comem.
Eu não,
eu invado a cozinha e faço um ovo frito se for preciso!
A sociedade tem gosto de fígado.
Eu não gosto do mundo do jeito que está,
tem gosto de chuchu.
Eu aceito esse feijão com arroz capitalista
porque afinal de contas eu preciso comer.
Mas meu bife com batata frita é o pensamento.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Dos abraços

Num abraço
Um braço é o "dinamo"
E o outro é o "metro".
  
Abrace as pessoas
O abraço revela intensidades
Dê o devido valor pra força de um abraço.


"...É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço..."
Mario Quintana

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Um continho de amor

Construi uma casinha de palha no seu coração
Mas a vida é lobo mau e soprou
E a casinha derrubou...
Construi uma casinha de madeira no seu coração
Mas o destino é lobo mau e soprou
E a casinha derrubou...
Vou comprar uns tijolinhos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Passar perto

Passei perto
Foi pior
Não que eu não quisesse ter ido...
É que passar perto é o quase lá
Passar perto deixa gosto de derrota
Sabe...
O longe deixa gosto de intocável
Faz parecer que não dava
E não que não se pôde.

Passou triscando
Mas não deu!
Se passei perto antes do fim
Ou da meia volta
Foi bom
Mas estou sem fichas para aposta.

O ruim de passar perto
É a incerteza
Nunca se sabe se não deu
Porque faltou de você
Ou se só quase deu
Porque não dava mesmo para ser.

domingo, 23 de agosto de 2015

Dos versos recentes

Tenho memórias recentes
De antigas alegrias
Já tenho memórias antigas
Nos meus versos mais recentes
Tenho saudade de alegrias jazidas
No descansar em paz
Das rotinas presentes.

Se nos nossos versos recentes tem saudade
Não significa que houve precoces despedidas
Talvez estejam atrasadas as apresentações.

Cada momento que dá saudade
Foi um momento bom vivido
Ser feliz é colecionar momentos
Pra se recordar sorrindo.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

As pontes

 















Eles construíram e nós às cruzamos,
sem nem olhar para baixo.
Eu olho para baixo!
Estranhamente eles me acham normal...
Acho que o mundo é míope!

Não que eu seja louco!
Não que eu não seja louco...
Eu apenas sei que as verdades,
mais retas e certas
são pontes construídas pelos homens.

Mas as trilhas além do concreto
foram desenhadas pela natureza
ou escondidas por ela.
Se eu soubesse nadar,
eu não cruzaria por essas pontes.
Eu atravessaria a nado por baixo delas
e descobriria o que eles tem medo
no fundo destes rios
de águas que rolam...

Eu sou curioso
mas eu sou tímido...
Eu fico observando,
às vezes eu fico bem quietinho
para ouvir os suspiros da vida.
Um olhar atento pode detectar
onde ela sente prazer
e onde ela sente dor.
Um olhar atento identifica onde ela diz a verdade
e onde ela esconde seus segredos.
Se você olhar para baixo
quando atravessar as pontes,
você verá que não tem chão.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Dos lados

Destes lados
Não falarei dos opostos
Nem dos que são de opinião
Mas sim dos que ficam de lado
Nas laterais da sua visão.

Pode ser que...
Pros lados da sua horta
Ande chovendo pouco
E que a chuva ande regando mais
O lado que outros estão plantando
Desses lados, o bom
É que pelo menos chove de vez quando!

Do lado que estou indo
Do outro,
Outros vem voltando
Desses lados, o bom
É que tudo está andando!

Observo ela
Como é linda
Caminhar apressado, assim passando
Do teu lado
Tu vê ela indo
Do meu, vejo vir chegando
Desses lados, o bom
É poder vê-la desfilando!

Vindo de lá
Ou vindo de cá
O lado bom é se encontrar!
Para direita
Ou para esquerda
O lado bom é não bailar na curva!
Entre o lado vermelho
E o lado azul
O lado bom é ser do sul!
E se a questão do lado
For embaixo ou em cima
O lado bom...
O bom é estar no clima!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Conta ou desconta

Eu acho a vida um jogo meio injusto.
Verdade,
parece que alguns nascem com handicap,
ou então jogam num nível mais fácil.
Alguns marcam mais pontos,
mas todos estamos jogando o mesmo jogo.
Não sei com quantos pontos se entra no paraíso,
não sei com quantos negativos se vai para o inferno,
não sei bem o que conta ponto,
não sei bem o que desconta.
Alguns acham que ganha mais ponto
quem ganha mais que o outro,
mais dinheiro, mais fama,
outros,
contam mais quantos e quantas,
já dormiram em suas camas.
Quando eu terminar o meu jogo
eu vou contar os meus amigos,
vou despejar o que tiver no coração
e vou contar os sorrisos.
Não sei se contarei amores,
talvez os de verdade.
Vou contar quantas vezes eu fiz o bem,
sem interesse, por bondade.
Não vou contar meu dinheiro,
vou contar como eu o fiz e o que fiz com ele.
Não vou contar curtidas e compartilhamentos,
vou contar abraços e bons sentimentos.
Não vou contestar os descontos,
vou contar, e me contentar,
se errei tentando acertar.
E você como vai contar seus pontos?

sábado, 8 de agosto de 2015

Bem que podia

Olhando para o céu azul
Da manhã deste lindo dia
Pensei pra mim;
Bem que podia...

Uma nave alienígena
Pousar aqui na Terra
Causar um rebulício
Nosso mundo vira hospício  
Sociedade emperra
Ser humano volta a bicho
E se apronta pra guerra
Mas um homenzinho verde
Magricelo e sorridente
Sai à porta e berra:
Me perdi!
Vocês pertencem a qual era?


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Poesia pobre



Minha poesia nasceu pobre
Mas ela é trabalhadora
Minha poesia acorda cedo...

Minha poesia não é rica
Às vezes faço em prestação
Às vezes é só uma ideia,
que eu achei na promoção...

Leio outra poesia
Nobre,
e com palavra requintada
Comparando, a minha é pobre
Pobre, porém limpinha
Pois faço de alma lavada.

sábado, 1 de agosto de 2015

O mundo das ideias

O mundo das ideias
É lá onde eu passo mais tempo
A realidade pode prender meu corpo
Mas não governa meu pensamento!

Por isso quando eu estiver quietinho
Se não for muito importante
Não me tire aqui de dentro...

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Do destino



Andamos por aí
Ruas, estradas e avenidas
Se encontrando e desencontrando
Por azar ou por sorte
Com o bem e com o mal dos outros.

Azar e sorte são os agentes do destino
Duas crianças brincando
De pedra, papel e tesoura...

Saímos de casa com um rumo
Um ponto a outro qualquer
E o que vir nesse meio do caminho...
Joquempô!

domingo, 26 de julho de 2015

O que não se posta

Hoje estou bem
Aqui, estirado em meu sofá,
fiz dele uma cama
Assistindo um filme estranho
Tomando um vinho barato
Ao lado de quem me ama...

Sei lá...
Acho que eu postaria esta foto
Acho essa foto bonita...

Meu cobertor surrado
Nossas bochechas vermelhas
Minha vira lata do lado
Nossos cabelos "gadeias".

Não sei por que não posto
Parece que não se posta...

Não é bonito, não é caro
Não é moda, não é raro
É simples, é ordinário
É o comum, não tem um cenário.

Postei aquela nossa...
Sorridentes num lugar bacana
E eu nem motivos tinha
Somente sorri para a câmera.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Lunático

Eu sempre vivi no mundo dela
Eu venho aqui de visitante
Platonicamente na janela
Admiro seu brilho cintilante.

Sei que o céu está zombando
Sei que as estrelas de mim tem pena
O vento passou debochando
Quando recitei meu poema.

Não sei se a alguém ela pertence
E acho que não tenho chance
Pois dizem que ela e o mar
Vivem este eterno romance...

domingo, 19 de julho de 2015

Do princípio



Houve então o “Big Bang”
E dele surgiu um ser supremo
De um ponto muito quente e denso
Único no espaço
Pairava o espírito de Deus sobre a face das águas
Não!
Confundi-me...

Pairava no espaço das águas um ponto denso
E disse Deus: Haja o “Big Bang”!
Não!

Não partirei do princípio
Desconheço-o
Somos o Australopitecos que provou do fruto proibido?
Somos filhos do Adão e da Eva hominídeos?

Baseado nos começos dos outros
Desconto acréscimos
Acrescento descontos
Se às vezes contorço eventos
Construo meus pontos
Mas que eu mesmo derrubo
E acabo em escombros.

Não promovo entendimentos
Eu destampo e deixo aberto
Eu chuto colocado
Se não acerto
Passo perto.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dos santos que não batem

Para tua simpatia antipática
Minha cordialidade burocrática
Por mais que disfarcem
Nossos santos não se batem

Me de um sorriso falso,
que eu retribuo.
Pro bem de todos
Se você finge que me gosta
Prometo que te aturo.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Enrolando


No meu país rola só rolo
Virou moda enrolar
Quem não enrola é enrolado
Quem é enrolado inventa um rolo
Para poder se desenrolar.

No meu país tem gente que rala muito
E enrolado
Ganha muito pouco
Enquanto tem gente que ganha muito
E enrolando
Não rala nem um pouco

No meu país o povo é forte e guerreiro
Mesmo enrolado até o pescoço
Tem força para cantar
Enquanto tem gente que acha que é feliz
Fazendo doutorado
Na arte de enrolar

Desses rolos falei arte
Porque é artista
Quem vive representando
Mas tem papel de vilão
O que vive enrolando

Essa é a minha arte
Enrolo-me nas palavras
Só pra relaxar
E se às vezes me enrolo em alguns rolos
É porque nem sempre deixam rolar
Todo mundo gosta de um rala e rola
Mas tem que saber desenrolar.

sábado, 11 de julho de 2015

Roteiro da viagem


 













Perguntaram-me pra onde eu vou;
Eu vou pra Roma
Todos os caminhos levam pra lá!
Eu vou para bem longe
Vou pra lá de Bagdá!
Vou para os confins do mundo
Onde as botas do Judas foram parar.

Eu vou catar coquinho
Eu vou plantar batata
Vou pra onde o vento faz a curva
Vou para o raio que o parta!

Eu vou para o deserto
Vou para o Egito
Vou pro mar morto
Aprender a nadar 
Eu vou pro norte
Pro Alasca
Aprender com um esquimó a pescar!

Eu vou botar o meu cavalo na chuva
Vou botar o meu nome na lista
Vou ver a banda passar
Vou ensinar o padre a rezar missa!

Vou por aí, qualquer lugar,
Depois do quinto dos infernos, motorista,
Você já pode parar
Que eu vou saltar no espaço
Vou ficar na órbita de qualquer planeta
Vou colocar minha bandeira na lua
Vou pegar no rabo do cometa

Vou cair em qualquer galáxia
Desaguar em qualquer rio
Vou pro Leblon
Copacabana
Vou cruzar a linha vermelha
Vou ser campeão no Beira-Rio

Vou pra Tóquio
Para Yokohama
Vou pra galera
Vou dar uma banda
Pra qualquer festa do pijama!

Eu vou pra Jaçanã
Vou pegar o trem das onze
Vou pra onde tenha sol
Vou pegar o maior bronze

Eu vou pra Califórnia
Gozar da vida sobre a onda
Vou fugir da loucura
Vou dar um banho no píer de “Tramanda”

Vou encontrar minha bela prenda
Em algum recanto dessa estância
Vou montar no meu "ginete"
Vou trotear pelo meu pampa

Vou pegar a estrada
Para onde a vida for me levar
Vou chutar o balde
Eu vou "catucar"

Eu vou é ir além
Vou rumo à terra prometida
E já vou indo
Não gosto de despedidas!
 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

As coisas

Minha poesia cabisbaixa
Veio falar de sua tristeza
Dessas coisas que acontecem
E que causam estranheza.

Sabe essas coisas?
As coisas que vem dos outros
E a gente não impede
E pra lidar com essas coisas
Outra coisa assim sucede.

Sabe essas coisas?
São do jeito que não podem
São do jeito que não devem
E por mais que incomodem
Certas coisas se atrevem.

Sabe essas coisas?
Coisas que a lógica não gosta
Mas que ainda assim se escreve
Essas coisas que a gente sente
E a gente sabe que não deve.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

A vida convida















A vida é uma menina levada
Ela brinca com a gente para se divertir
E você deve ir com ela
Quando ela te convida para sair.

Não se leve tão a serio
Deixe a vida te levar
O tempo, pai da vida, nunca para
Por isso a vida também não pode parar.

Deixe a vida ir na frente
No volante vai o destino
As vezes ele é meio chato
Sempre quer ir dirigindo!

Mas lembre-se de passar na casa da sorte
Dê uma carona para ela
Todo mundo gosta da sorte
E são lindas as amigas dela!

A vida não é para ser vista
Então não fica só olhando!
A vida não é arquibancada
Ela é palco para dar show!
A vida não é uma janela
Ela é um porta
Então vai e toca o terror!

A vida passa muito rápido
Não deixa ela ir embora!
Corre atrás dela
Não perde ela de vista!
Pega ela pelo braço
E traz ela para a pista!
Chega bem juntinho dela
E fala ao pé do ouvido:
Vida, você é muito linda
Vem aqui dançar comigo!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sobre o racismo

Deus?
Está aí nos assistindo?
Sei lá...
Eu já teria desistido...

Você viu?
Alguns ignorantes
Insistem com racismo!

Mas eu tive uma ideia;
Apague a cor da vida!
Nós, seres humanos
Não merecemos ver a vida colorida!

Deixe o mundo assim...
Como uma televisão sem cor
Se não consertar, ameniza
Pior que ainda tem quem vá gostar
De ver o mundo
Com cinquenta tons de cinza.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Atleta


Sou atleta
Velejador que procura os bons ventos
Canoísta
Que vive a remar
E que luta para a canoa não virar
Pra chegar lá...

Nesse cotidiano voleibol 
Meu saque é sempre forçado
Meu passe é meio quebrado
Muitas vezes paro no bloqueio
Mas tenho quem me de cobertura.

Sou bom mesmo é surfista
Por isso eu pego toda onda
Da marola até a mais alta
Nesse marzão dos meus pensamentos.

A vida é como aquele esporte
De não deixar a peteca cair
Ou uma corrida com barreiras
A altura do sarrafo,
a gente vai transpondo enquanto puder.

sábado, 27 de junho de 2015

Colorido

 



Tem um segredo que eu descobri
E eu vou te contar
A vida é um livro de colorir
E eu vou te ensinar a pintar:

Coloque cores nos teus sentimentos
E pinte pra valer
Misture todos, faça momentos
Para nunca mais esquecer

E o colorido na sua alma
Faça transparecer
Faça nos outros pintar a vontade
De querer colorir com você

Pintando o bem, pinta a felicidade
Tudo de bom vai aparecer
Pintando o bem, pinta a felicidade
E o amor vai acontecer

A vida é verde, é amarelo, é rosa
É a cor que se pintar
Azul, vermelho, ela é maravilhosa
É a pintura mais linda que há.


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Dos excessos

Por excesso de apego
De tão junto
Tudo quer se soltar
Por excesso de desapego
De tão solto
Nada quer se juntar.

Não se exceda
O excesso é sobra
E a sobra não nos falta
A sobra só interessa pros outros.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Hipóteses

Se a vida fosse um oceano,
nadaríamos enquanto pudéssemos
e morreríamos afogados.
Se a vida fosse um incêndio,
não descobriríamos como apagar o fogo.
Se a vida fosse um universo sem explicação,
acreditaríamos na melhor historia.


domingo, 21 de junho de 2015

Pedaços de chocolate



O filósofo alemão Nietzsche nos disse que “O destino dos seres humanos é feito de momentos felizes e não de épocas felizes.” Imagine que Deus (entenda o seu deus), tem uma barra de chocolate para cada um de nós. O nome desse chocolate é felicidade. Antes de lançar o chocolate para a Terra, ele o parte em muitos pedaços, e então os lança. Vivenciamos estar feliz no momento de encontrar um pedaço desse chocolate, e a sensação de felicidade ou falta dela, se dá em relação ao intervalo de tempo em que os encontramos. Pensar que devemos estar felizes a todo instante é o principal motivo da infelicidade. Não estar feliz, não significa estar infeliz, e aprender a estar entre esses dois polos é o segredo para a saúde mental.   
Quando as pessoas dizem aquela famosa expressão: “O dinheiro não traz felicidade”, atualmente, eu não posso mais concordar.  Tudo ao nosso redor parece indicar que a falta dele traz infelicidade, e não me refiro à falta para o supérfluo, mas para as “necessidades” inventadas pela sociedade atual. Vivemos num mundo onde cada vez mais as relações interpessoais (não todas), são permeadas por conveniências relacionadas ao consumo. Cada vez mais o potencial econômico reflete em satisfação social, influenciada pelos apelos midiáticos. A mídia diz que temos que comprar pedaços de chocolate mais caros para sermos felizes. O que a gente precisa, a gente sabe pela falta, por não estar executando, ou estar executando mal, ou de maneira insuficiente, algum tipo de necessidade ou tarefa. O que a mídia vende, nem sempre é o que você precisa, por isso ela vai usar artifícios que criarão novas necessidades para a gente, estimulando nossas vontades e manipulando nossos desejos.
A vontade e o desejo sempre existiram, mas hoje são moldados nas nossas cabeças desde nossas infâncias, juntando às nossas necessidades básicas, a adequação a moda, por exemplo, como condição de integração social. Ninguém é feliz sozinho (dizem), então teoricamente ninguém vai querer ficar fora da moda. A vida sempre teve motivos para as pessoas serem infelizes, mas hoje em dia, as pessoas discriminam também pela marca da sua roupa, do seu tênis, do seu perfume, dos seus óculos, do seu “carro” (meio de transporte) e de todo o chocolate que a sociedade diz ser mais gostoso. A lógica de criar esse mal estar na sociedade é tornar o consumo fonte de felicidade. Se o seu deus quebrou uma barra de chocolate para você, ele não faria isso com um chocolate mais caro do que você possa comprar.  Ao invés de ir atrás do chocolate que a sociedade diz que é bom, deveríamos ir atrás das coisas mais comuns que a vida inventou há muito tempo atrás; Família, amigos, uma pessoa para chamar de meu amor (ou várias, ou uma de cada vez) e cerveja (foi inventada há muito tempo atrás).
A sociedade de consumo faz parte de nossas vidas e acredito que nunca mais será diferente, ela é a locomotiva da vida moderna.  A gente só precisa entender que as coisas que a gente compra são meios para obter momentos felizes, não são essenciais para existência deles. Existem pessoas que tem a competência ou a sorte de poder comprar momentos felizes com dinheiro, e estes momentos não são menos bons do que os gratuitos, mas infelizmente não são para todos. Mas o universo psíquico é muito complexo, e mesmo uma pessoa que possa comprar momentos felizes todos os dias, pode não ter equilíbrio psíquico, e estar subindo e descendo constantemente entre os dois polos da felicidade. A luta pela conquista do momento feliz equilibra a balança, além do mais, a conquista do momento feliz pode prover um prazer inesperado e mais gratificante do que o do comprado na prateleira.
O segredo, quem sabe, esteja em buscar sua satisfação pessoal, sem criar parâmetros em relação ao que parece trazer mais satisfação para os outros. Tem pessoas que gostam de comer fígado de boi, eu não posso colocar na minha boca. Com certeza o gosto do chocolate muda de boca em boca.  Aliás, o gosto é o mesmo, mas a reação dentro da sua cabeça é que muda. Então eu posso garantir pra você, que a felicidade está na maneira de sentir o gosto das coisas. Eu nunca comi caviar, e apesar de as pessoas darem muito valor a essa iguaria, dificilmente ela vai ser mais gostosa do que a picanha, suculenta e mal passada que eu comi hoje no almoço. Os pedaços de chocolate têm o mesmo gosto, a felicidade tem o mesmo gosto, querer comprar o chocolate mais caro, confunde seu paladar, e a vida vai parecer amarga. Eu aprendi a não sentir o gosto de acordo com o valor das coisas, eu aprendi a dar valor ao gosto das coisas de pequeno valor.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Passatempo















O tempo que antecede
Ele mesmo que vem depois
Que me faz sair correndo
Na pressa do meu atraso
Depois me deixa parado
Até voltar ao seu compasso.

O tempo do de repente
Ele mesmo que fica tarde
O tempo que é agora
E que num instante já é o de antes
E qua não deixou de ser o de daqui a pouco
Esse tempo que é passado
O que ainda vai passar
E é esse que está passando.

O tempo é um trem passando
Por alguns ele passa rápido
Por outros nem tanto
A locomotiva vem e te traz a luz
O último vagão passa e te deixa escuridão
Nós somos postes que costeiam a ferrovia
O universo, uma estrada de ferro.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Tato


Pense na mãe que toca pela última vez o rosto do filho,
porque alguém tateou seu dedo num gatilho.
Pense no toque agudo da sirene da ambulância,
a caminho do retrato de mais uma ignorância.

Se o homem tivesse mais tato,
a realidade não bateria com tanta força.

A gente devia tocar com mais calma,
o pé no acelerador.
A gente devia tocar bem menos,
a porcaria no ventilador.
A gente devia tocar todo tipo de lixo na lixeira,
e tocar bem mais no assunto que está escrito na bandeira.
Escrever um texto que fala de amor,
não é o suficiente para tocar no coração de todo mundo.
Mas eu aqui vou tocando meus dedos no teclado
para pedir mais tato para a sociedade.
Mais tato para quem pode tocar mais alto.

domingo, 14 de junho de 2015

Verdadeiros amigos


As vezes na vida da gente
O tempo fica feio de repente
E a ventania começa a bater as portas.
Nessas horas que a gente vê
Com quantas mãos podemos contar
Para segurar as pontas. 

sábado, 13 de junho de 2015

"Se pechando"

Sabem por que eu gosto de poesia? Porque ela está em todo lugar, o tempo todo.
Esses tempos "me pechei" com um velho amigo...

E aí?
Quanto tempo?
O tempo pra ti não passa?
Ainda com cara de guri novo!
Pois é!
O segredo é aproveitar o tempo
Dai envelhecer não é estorvo.
Ainda com mania de poeta?
Achei que ia me contar de um sonho novo.
E essa barriguinha,
tu não era atleta?
Deve estar no mesmo fogão velho,
comendo pão com ovo!
Tu tá certo!
A carcaça vai envelhecendo,
mas meu motor ainda é novo.
Aparece qualquer dia!
Só porque a estância é a velha,
tu esquece do teu povo?
Pode deixar meu amigo,
bom te ver de novo. 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Dia dos namorados

Nesse dia dos namorados, feliz daquele que encontrou alguém para dizer um simples...

"Eu te amo"

Eu te amo.
Não posso inventar palavras,
muito menos um novo sentimento.
E quando falo para ti
Estou ouvindo meu coração
Traduzindo batimentos
Perdoe minha repetição
E essa falta de argumentos.

Mas um coração apaixonado
Não liga para gramática
Se no português for reprovado,
o que lhe importa é a matemática.
E na matemática do amor
Somando eu e você somos um só
E divididos por falsas razões
Sem você,
não sou nem um.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Noturno














Produtos da noite,
meus pensamentos mais lentos...
Daquele sono que não se dorme, sabe?
Noite de pernas inquietas.

Não sei se aguento o programa
Ou entro no baú do Quintana
Não sei se durmo de cuecas
Ou ponho meu pijama.

São essas noites
Quase frias,
de cobre e descobre.
Elas não são para serem dormidas.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Dos aprendizados

Aprendi sobre pessoas
Pessoas são imprevisíveis
Tive que aprender a não viver de sonhos
Aprendi a separar os improváveis 
Dos agora impossíveis.

Aprendi a dar um nó em cada ponto
Aprendi a pechinchar desconto
Aprendi o que esperar do outro
Aprendi a dar valor ao pouco
Aprendi a não socar o vento
Aprendi a dar tempo ao tempo.

Um pouco de psicanálise
O uso correto da crase
Aprendi a fazer rima
Aprendi a apreciar um "chima"
Aprendi a desapegar
E a usar protetor solar.

sábado, 6 de junho de 2015

Dos enganos

Acreditando em falsas verdades
As pessoas mentem sem querer
Quantos bondes por aí passam
E a gente embarca sem saber
A maioria das verdades
Uma imaginação que fez nascer.

E esse mundo de aparência que propaga a falsidade?
Eu entendo...
Você acredita na mentira mais bonita
Só por causa da feiura da verdade!
Existem mentiras muito bem vestidas
Bordejando pela cidade...
E quando passam, te desejam boa tarde!


 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Uma folga

Hoje eu quero  ficar de bobeira
Com os pés sem meias
Sem celular, sem carteira
Quero ficar com você.

Você tem uma paz que me invade
Um sabor de felicidade
Só por essa tarde
Quero ficar com você.

Para quebrar o silencio
Só a nossa voz
Ou um passarinho
Cantando pra nós
Deixando a vida passar
Só por essa tarde...

Vamos pegar essa folga?
Por todo resto no mudo
Um "stand by" desse mundo
Vamos relaxar!

Eu trouxe a passagem
Na mente a nossa viagem
E se alguém nos procurar
Deixe recado
Amanha volto animado
Por ter folgado com você.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Abrindo mão

Ela me disse assim:
Você não abre mão de nada!
Como assim não abro mão?
Menina, a gente vive abrindo mão...

Se ser ou não ser é a questão
Existir é abrir mão de não ser
A gente foi obrigado a nascer
E vai ter que abrir mão de viver

Logo cedo a gente abre mão
Abre mão da brincadeira
Abre mão da inocência
Abre mão de ser criança
Pra viver de adolescência

Ó menina...
Tu nem sabe como doeu
Abrir mão da utopia de ser eu
Para ser comunidade
Abrir mão do mundo meu
Para viver a realidade
Abrir mão de ser o capitão
Da minha nau da liberdade
Pra viver de suprir a falta
Que nunca chega a saciedade.

domingo, 31 de maio de 2015

Das aparências

Se não sou
O que aparento ser
É mero detalhe...
Todos somos o que pensam da gente.

E quando dizem que você é assim
Ou assado
Você pode até não concordar
Mas toda aparência 
É um retrato falado.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Na chuva

Na chuva,
os dias dão mais medo;
O medo de perder o guarda chuva
O medo do escurecer mais cedo
O medo de escorregar no molhado
Por ter que andar devagar,
o medo de chegar atrasado.

Medo de andar perto da rua,
das poças e dos carros.
Medo de tomar um banho
e ficar com os pés molhados.
Medo de ficar gripado.

Medo que não pare de chover
e estrague o final de semana!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Dosagem

Quer saber?
Eu vou me tomar tudo!
Cansei de me deixar pela metade.
Fico sempre me dosando pra não esvaziar o frasco.
E pra que?
Para os outros me tomarem no outro dia!
Eu já estou a um quarto do meu todo...
Vou maneirar só pro caso de uma emergência
Mas se não ligarem
Até lá pelas duas já vou estar apagado.
Amanha me carreguem!

domingo, 24 de maio de 2015

Meteorologista


 
A mulher pode ser um céu azul e límpido
Mas pode ser vento forte
Trovoadas e relâmpagos.
Aprender a prever o tempo
Esse é o segredo do casamento.

Eu sempre checo a posição e o deslocamento das massas de ar
Antes de sair com meus amigos para jogar.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Fugitivo

Eu vivo em fuga!
Vivo perigosamente!
Aliás, todos vivemos...

Fugindo desses buracos que procuram nossos pés
Desses cantos vivos e suas garras afiadas
E dessas armas letais que congestionam as estradas.

Fugindo do bandido
Do mosquito
Do tiro perdido
Do cheque sem fundo
Do desemprego.

Fugindo da multa
Da fila
Fugindo do mal que se finge de bonzinho
Fugindo do escuro
Do medo de ficar sozinho.

Fugindo correndo
Com medo de antecipar o final certo
Sem antes ter feito seja lá o que eu tenha que fazer.

Fugindo desses estranhos
Fugindo das certezas que eles têm
E que precisam estar erradas.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Dos problemas

"Alguns eu resolvo
Muitos eu contorno
Outros, eu recolho os cacos"

Existem problemas que vieram ao mundo
Sem solução...
Existem problemas que são problemas
Só por ser preocupação...

Existem problemas cuja solução
É somente entender
E aceitar que ela não existe.
Existem problemas cuja solução
É conviver com ele
Com o máximo de indiferença que ele possibilite.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Das historias



Se lhes contarem a historia,
Vão dizer o que sabem dela.
O que sabem dessa historia
É o que lembram
Do que lhes contaram dela
Mais um tempero de opinião.
O conteúdo de verdade
Vai ficando aos pouquinhos
Mão em mão.
A história passa a ser base dela
Mais o que se temperar
O tempero é sal a gosto
E tem gente que gosta de apimentar.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Perseguidores


O tempo anda me incomodando ultimamente...
Ele colocou perseguidores atrás de mim!

A preguiça e o cansaço, todo dia me seguram uns quinze minutos a mais na minha cama. 
Logo o atraso me puxa dos cobertores, e a pressa me faz escolher entre o banho e o café da manhã. 
Eles se espremem no banco de traz do meu carro, e eu ouço suas risadinhas o caminho todo.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Funeral das horas

As horas mais tristes
São as que queríamos
Até talvez poderíamos
Fazê-las diferentes...
Mas a quem das nossas vontades
Morrem horas descontentes...

Não serão lembradas
Horas coitadas
Que são vão!

Eu aqui velo a hora passada
E triste vejo essa de agora
Já em meia e triste assim...
Já em meia,
Meia hora do seu fim!

sábado, 9 de maio de 2015

Sobre existir

Existir em um mundo sem explicação já é uma questão poética, e pensando sobre todas essas teorias que falam por aí, só posso dizer que eu fico...



Desconfiado


Acredito no meu deus
Desconfiando da existência
Acredito estar vivo
Desconfio estar atuando
Desconfio estar na trama da novela
Que alguém está olhando.

Acredito que existo
Desconfio em qual plano
Desconfio somar pontos
Desconfio estar jogando.

Acredito fazer parte
De um acontecimento
Desconfio ser apenas
Entretenimento.

Acredito em carne e osso
Desconfio da terceira dimensão
Desconfio se não posso
Acreditar na ficção.

Se me dissessem
Impossível!
Acreditaria desconfiando.
Se a vida fosse um pouco mais
Compreensível!
Desconfiaria acreditando.

Como posso acreditar no livre arbítrio
Se volta e meia
Perco as rédeas do meu destino?
Como posso duvidar do livre arbítrio
Se posso escolher
Tradicional ou cappuccino?

Das verdades dessa vida
Poucas são as que conheço
Das verdades que conheço
Poucas são as que não desconfio.
  

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O poeta precisa falar de amor?

Apesar de ser impossível traduzi-lo em palavras, acredito que todo poeta tem que se arriscar a falar de amor...

Apesar de ser uma tarefa inglória,
Falar de amor é uma missão bonita,
Além do mais senão o poeta,
Quem mais se habilita?


O amor

O amor não tem idade
Porque o arqueiro está a toa,
Não existe imunidade,
O arqueiro escolhe e não perdoa.

O amor é um vírus
E fica na ponta da flecha.
Ele se aloja no teu coração
Os teus olhos ele fecha.
O amor tem sua eternidade
Porque um sintoma
É se perder no tempo.
Longe, um minuto é sofrimento
Esse que está em mim
Tem ciúme até do vento.

Eu não sei como se faz
Para tirar ele de lá,
Não há remédio,
E quem tirou diz que dói muito,
E que te faz sofrer e chorar.
Dizem que no fim,
Muitos se entregam
E vão para o altar.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

O grande deus

O macaco falou para o coelho:
O grande deus é um gorila
O paraíso é uma floresta de bananeiras!
O coelho discordou:
O grande deus é uma lebre
De cenouras é que as nuvens estão cheias!
Os zangões riram...
Querem saber como é o céu?
O grande deus é uma abelha
E o paraíso é todo feito de mel!

E o passarinho que insiste:
Lá no céu só tem alpiste!
E a pomba diz que não;
O paraíso é um zilhão,
De migalhas de pão!

E a bicharada não se entende
O pinguim diz que lá é frio,
O camelo diz que é quente.
O jacaré diz que é um rio,
É um matagal, diz a serpente.

Então, a coruja muito sabia
Levou todos para o rio
Mostrou o espelho da água
E perguntou o que se viu:
Cada um vê uma cara?
A bicharada consentiu...
O grande deus não tem uma forma
Pode ele ter mais de mil!
E o paraíso é do mesmo jeito,
É como a gente decidiu.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Ao torcedor gremista

Eu te entendo torcedor gremista
A falta que te faz uma conquista
A última sei que já perdeu de vista!


Eu sei como é torcedor gremista
Ver o colorado aqui no sul protagonista
E tuas glórias que só em vídeo tu assista...

Hoje tu sabe o que eu sentia um tempo atrás
Quando sorria ao me lembrar do Ajax
Por ironia do destino tu entende
Porque sorri hoje, só por causa do Mazembe!

Meu caro torcedor gremista
Aguente firme e não desista
Pois se tu ama é provável que resista.

Eu vou rir, e vou ser muito piadista
Como tu foi quando Jardel era o artista
A gente se vê em qualquer torcida mista...

sábado, 2 de maio de 2015

Correria

Quando criança
Corria atrás da brincadeira
E de quem estivesse correndo.

Na adolescência
Corria atrás das gurias
E das festas que não me lembro.

Agora a pouco corria atrás da máquina
Dessa máquina que não para
Que todo mundo pedala
E que me deixou cansado
Cansado de correr...

Aprendi a caminhar...

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Poesia não vende livro

Poesia não vende livro,
Foi o doutor Celso Gutfreind que me deu essa notícia.
Ele disse que até vende, poucos exemplares,
Um pra cada tia.
E agora, com essa pilha de poesias,
O que eu faria?
Pensei, vou então fazer um blog,
Afinal isso é um hobby,
E me traz alegria.
Pensando bem, nem penso muito em grana,
Eu estudo psicologia!
Se pensasse em dinheiro,
Mudava pra engenharia!
Enfim, já deu pra entender,
Isso aqui é um blog de poesia.





Ciclo

Problemas, alguns eu resolvo,
Muitos eu contorno,
Outros eu recolho os cacos.
Mas com cuidado para não cortar a mão.

Mas, menos mal cortar a mão,
Do que cortar o pé,
Sem a mão se usa o braço,
Mas sem o pé
Não existe passo.

E se parar o bicho pega,
E se ele pega ele morde,
Se ele morde corta a carne,
Sangra, dói e arde.

O que sangra requer remédio,
E o remédio custa caro.
O dinheiro custa mais caro,
Custa suor, custa trabalho.

Hoje em dia,
Trabalho requer sorte.
Sorte, se eu tivesse,
Resolveria meus problemas.
Problemas, alguns eu resolvo...